sexta-feira, 22 de março de 2024

PARTILHAS DE DOMIMGO

 

PARTILHAS DE DOMIMGO

Luis de Castro & Lucarocas

             Há quem se convença de que um casal recém-formado na sua ilusão afetiva de românticos, partilha as atividades domésticas de um domingo pelo fato de um dever de compartilhamento de tarefas, por uma justificativa de falta de tempo semanal.

            Acreditar que isso é um laço de afeto obrigatório de dever, é esquecer que além das tarefas, existe a partilha do fazer acreditar que suas ações os tornarão mais próximos e amorosos. Não deixa de ser verdade, em parte, pois mais que as atividades laborais existem sonhos que embalam futuro num estande de presente.

            Quando ambos compartilham tarefas, por pequenas que sejam, passam a se compreender no fazem conjunto, como se ambos se completassem nos gestos e ações que produzem. O fazer conjunto gera energia que impulsiona a relação numa caminhada de vontade de seguir avante, e esse instante de execução gera motivação para que o casal planeje novas atividades conjuntas.

            Mas o tempo, pai de todas as sabedorias, e conhecedor de todos os corações, vai mostrando que a rotina se acomoda no fazer, e que não existe mais o mesmo entusiasmo dos dias primeiros do amor romântico. Há uma nova realidade que se constrói com a convivência e a partilha se perde no esquecimento e se encontra no fazer individual de cada sujeito. Nesse tempo de mudança começa a haver os conflitos internos do egoísmo, e o desprezo pelo coletivo partilhado. A relação esfria, e o romantismo se deixa ocupar por uma realidade.

            De vez enquanto há uma tentativa de reação em atar velhos hábitos de convivência, mas a crosta da individualidade não permite mais o brilho da partilha, e cada um vive o seu momento de realização, e termina por terceirizar os serviços domésticos do domingo, e outros mais.

Há quem creia que estamos sendo pessimistas sobre a relação do casal recém-formado, pois para os românticos o mundo é perfeito, mas a certeza que temos é que verdades e realidades que nos cercam, fazem despertar do romantismo tão sonhado.

Que seus domingos sejam partilhados nos abraços do sentir o outro, do ouvir o outro, de entender outro, para que assim, cada um encontre em si a sua natureza e possa no outro encontrar a essência da partilha dos dias que virão, independente do dia da semana. Até o dia em que cada um descobrir que não valeu a “pena” a caminhada, pois não foi “pena”, foram dias de prazer de partilha e crescimento mútuo.

 

Fortaleza, 10 de março de 2024.

 

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Luis de Castro & Lucarocas
Psicologia e Arte a serviço da Vida
(85) 99985.7789
luisdecastrolucarocas@gmail.com.br
www.luisdecastrolucarocas.com.br

domingo, 27 de agosto de 2023

SER PSICÓLOGO




UMA HOMENAGEM AOS DIA DO PSICÓLOGO - 27 DE AGOSTO


 
    SER PSICÓLOGO
Um instante de Reflexão
Lucarocas A Arte de Ser
 
Acordei me perguntando
Sobre a minha profissão
E fiquei analisando
Qual mesmo a minha função
E aqui neste monólogo
Eu vim me ver psicólogo
Em grande reflexão.
 
Formei meu ponto de vista
Num instante bem focado
Refleti sobre entrevista
Sobre teste analisado
E fiz um levantamento
Do tanto de tratamento
Que foi por mim indicado.
 
Num instante de lembrança
Fui buscar na minha mente
Às vezes que a esperança
Para a vida fiz semente
E vendo-a então florescer
Vi a vida renascer
De novo num paciente.
 
Me veio com emoções
Um carinho no lembrar
Quando em instituições
Difícil de trabalhar
Um paciente atendi
E depois daquele dia
Vi vidas se transformar.
 
Lembrei de muitos casais
Que sempre a mim procurava
Por não suportarem mais
A vida que praticava
Mas com algumas sessões
Brotavam as emoções
E o amor se renovava.
 
Um sorriso de alegria
Brotou na minha lembrança
Quando havia terapia
Com paciente criança
Que eu virava menino
E juntos num só destino
Ia semear esperança. 
 
Por muito mais de uma vez
Eu fiquei a acompanhar
A mulher em gravidez
Tentando se sublimar
Com o milagre do amor
E assim negar a dor
Que um filho pode causar.
 
Numa sala sem mobília
Em órgãos estaduais
Escutei muita família
Com seus dramas pessoais
E então com uma conversa
Eu via a família imersa
Em novos climas astrais.
 
Numa lembrança mais triste
Me vejo em novo local
E minha memória insiste
Em mostrar um ritual
De tratar o paciente
Ou confortar um parente
Nos plantões de hospital.
 
E agora um sofrimento
Vem habitar meu lembrar
Pois fiquei por um momento
Um instante a recordar
Todo o destino e sorte
De quem enfrentou a morte
E eu tive que confortar.
 
Quantas vezes pesquisei
Um assunto diferente
E muito tempo estudei
Buscando a linha de frente
Dentro do conhecimento
Para poder dar alento
A todo meu paciente.
 
Eu fico às vezes pensando
Se essa minha profissão
Dá os frutos que estou plantando
No meu cumprir de missão
Ou é apenas atalho
Que nós chamamos trabalho
Para viver na ilusão.
 
Mas nessa reflexão
Não quero melancolia
Quero ver a emoção
Nas rimas da poesia
E assim eu recordar
Um lado bom de lembrar
Dessa psicologia.
 
Quero lembrar com carinho
O exercício de ouvir
E ver alguém um caminho
Com segurança seguir
Sem nunca mais tropeçar
Mas apenas caminhar
Pra seu mundo construir.
 
Quero ver alma cansada
Se tornar uma alma leve
Quero vida transformada
Com jeito de quem se atreve
A deixar de ser sisudo
E trocar o seu escudo
Por um sorriso de neve.
 
Eu quero ver risos largos
Alegrando corações
Quero carinho e afagos
Aumentando as emoções
Quero corações serenos
Nos exercícios mais plenos
De se conceder perdões.
 
Quero a lágrima a correr
E transformar em sorriso
Pra amenizar o sofrer
Num instante mais preciso
Quero fazer acolhida
Para que o dom da vida
Se cumpra num paraíso.
 
Quero salvar uma vida
De quem perdeu a esperança
Eu não quero um suicida
Morando em minha lembrança
Quero ver o semelhante
Ter a pureza e o semblante
Da paz de uma criança.
 
Quero um mundo de amor
De fé saúde e harmonia
Que seja apagada a dor
Que traz a melancolia
E que toda a depressão
Se transforme em canção
Nas asas da poesia.
 
Eu acho que já fui sonho
Pra fazer alguém sonhar
E muito do que proponho
É só para amenizar
Alguma dor já doida
Pra amenizar a ferida
Que não quer cicatrizar.
 
Um milagre eu nunca fiz
Eu só apontei caminhos
Pra fazer alguém feliz
Tirei da flor os espinhos
E para alguém confortar
Eu fiz do meu escutar
Um aconchego de ninhos.
 
Sou igual a qualquer ser
Tenho também minhas dores
Tenho também meu sofrer
E também meus dissabores
Mas nos pensamentos meus
Encontro a força de Deus
Com toda benção de amores.
 
Hoje sendo psicólogo
Eu cumpro a minha missão
E aqui neste monólogo
Eu deixo uma reflexão
Que pra ter bom resultado
Deve o amor ser plantado
Nessa nossa profissão.
 
 
Fortaleza, 09 de Dezembro de 2014.
10:48 h
 
 
LUIS DE CASTRO - LUCAROCAS
Psicologia e arte a serviço da vida
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sexta-feira, 25 de agosto de 2023

ESCOLHA DA PAIXÃO

 

                                    ESCOLHA DA PAIXÃO
                                  Luis de Castro - Lucarocas
 
     Na minha lida do cotidiano é muito comum ouvir pessoas com queixas tais como “Me apaixonei pela pessoa errada” ou “Parece que você não gosta mais de mim”.
     Tais manifestações são oriundas de pessoas que colocam no outro a sua intenção de ser feliz. Esquecem elas, que a paixão é um estado involuntário que, geralmente surge unilateralmente, sem que haja a necessidade de o outro corresponda.
     Quando essa “paixão” passa a ser correspondida pelo sujeito do desejo dessa vontade, encontra-se aí uma manifestação de êxtase e prazer que pode evoluir num contexto de frequência temporal, ou distanciar-se nas emoções relacionais.
     Quanto mais há apego na relação, mais um estado de dependência gera uma pseudo felicidade, e o sujeito apaixonado tende a perder a visão periférica do mundo, e achar que o eixo da sua felicidade se encontra no outro.
     O outro, por sua vez, não se afinando na mesma sintonia, tende a distanciar-se, pois o sujeito apaixonado termina por sufocá-lo, o que destrói a relação de apaixonamento, e até mesmo outros sentimentos que, porventura, foram construídos através do tempo.
Nesse contexto, o “amante apaixonado” entra em processo de sentimento de abandono e revolta achando que o seu mundo ruiu e que “fez a escolha errada”, ou quando finda a relação começa a se diluir, e solta o famoso desabafo: “parece que você não gosta mais de mim”.
    É importante lembrar que a paixão é involuntária, mas que pode ser construída ao longo do relacionamento, ou retraída de acordo com o comportamento de cada parceiro.
     Colocar no outro a responsabilidade da sua felicidade, e dar poder da sua vida a outra pessoa, e assim, muitas vezes,  tirando de você a capacidade de controle das suas próprias emoções. Numa linguagem mais clara: quem dá poder ao outro perde o seu poder.
Outro foco para essa questão é o conceito de “certo” e “errado” no prisma da escolha da “paixão”. O certo se faz quando o sujeito apaixonado é correspondido, caso contrário, é errado. Percebe-se, no entanto, que a paixão é egoísta.
Costumo dizer que não existe a “pessoa certa”, pois a única pessoa certa seríamos nós, e se fizermos uma análise de caso, talvez percebamos que somos mais errados do que nós achamos certos.
     Não quero dizer com isso que a pessoa se enclausure na sua masmorra de solidão, e não viva as suas paixões. Apenas alerto para não fazer da sua paixão a sua própria masmorra de solidão.
     A vida é simples. As paixões é que a complica.
    Escolha você como a paixão certa,
que os amores virão, e a felicidade reinará por um período mais longo.
Feliz escolha.

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Luis de Castro – Lucarocas
     Psicologia a arte a serviço da vida
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domingo, 12 de março de 2023

ESTOU AQUI

 





ESTOU AQUI

O mistério da vida sempre me fascinou.

Desde a minha noção de entendimento, me fiz leitor do conhecimento que me pudesse elevar a um ser melhor a cada dia.

Não tive a facilidade de muitos para chegar a um grau de conhecimento maior em pouco tempo, mas fiz minha jornada como o “louco do tarot”, sem pressa e feliz.

Caminhei nas cores da vida e edifiquei meus sonhos com o melhor de mim, e aprendi a não buscar no outro o que me faria feliz: eu era a minha própria felicidade.

Calejei os pés na caminhada pisando firme a terra dura, não fiz calo no calcanhar porque sapatos não havia. Fiz calo nas solas dos pés, pois ali estava a raiz do meu existir.

Com os pés firmes caminhei com os meu sonhos e, um a um, fui construindo a minha realidade.

Não comi “o pão que o diabo amassou” porque, muitas vezes não havia pão, e o que me vinha era de Deus.

Chorei no silêncio das caminhadas, e minhas lágrimas regaram sementes mortas que germinaram ao longo do caminho que eu passava. Por onde eu passava eu semeava beleza que era regada pelo meu suor e as minhas lágrimas.

Nunca lamentei. Sempre fui gratidão, pois muitos que me conhecem acreditavam que eu iria ficar sentado no troco das lamentações esperando meus sonhos passarem, puro engano. Quando parei no troco da estrada não foi para lamentar, foi para perceber que o troco já foi semente, já foi árvore, e ainda poderia ser força e energia para o caminheiro. Fiz do pouso um amparo para agradecer a Deus pelos passos dados até ali.

Entre caminhos e caminhadas fui descobrindo os mistérios da vida humana: do coração que pulsa de saudade, do afeto dos amantes, da dor da tristeza, da paz da solidariedade, da fé, da esperança  e da vontade de ser feliz. Mistérios que busquei em mim mesmo para encontrar nos outros.

Assim caminhei até aqui para regular o meu conhecimento, e adquirir outros novos, e continuar caminhando na busca do mistério de mim mesmo.

A caminhada que agora inicio traz um propósito idealizado desde o meu tempo de entendimento de gente: servir, servir a quem quiser ser servido para a construção de um bem maior.

Na minha caminhada ouvia alguém dizer: “Ele não presta!” e eu sorrindo respondia: “Posso não prestar, mas nasci para servir!”

Se hoje estou cursando Psicologia é porque só agora pude atender a esse chamado.

Espero que os meus conhecimentos sirvam para servir... 

Luis de Castro – Lucarocas

 

Fortaleza, 12 de março de 2023

 

PARTILHAS DE DOMIMGO

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